Assembleia Municipal de Jovens apoia Lar Residencial da Cercizimbra
Numa sala cheia, e perante uma plateia composta por professores, pais, alunos, deputados municipais, presidentes de junta e vereadores, a mesa da Assembleia Municipal de Jovens, composta por Gonçalo Rosa, presidente, Maria Cunha, 1.ª secretária, e Dinis Pereira, 2.º secretário, conduziu, de forma exemplar, a 14.ª sessão desta iniciativa, promovida pela Assembleia Municipal de Sesimbra há 14 anos, e que este ano teve como cenário a Escola Básica n.º 3 da Quinta do Conde.
Odete Graça, presidente da Assembleia Municipal de Sesimbra, e grande mentora desta ideia, abriu a sessão com uma breve intervenção onde salientou a importância do projeto de cidadania para a formação destes jovens e para a sua intervenção cívica futura. Agradeceu a participação de todos os envolvidos e de todos aqueles que, ao longo dos anos, se têm empenhado para que esta Assembleia seja uma realidade.
A sessão prosseguiu com a apresentação do resultado do AMJProjeto, uma novidade introduzida em 2016, que consiste na atribuição de uma verba de mil euros por cada agrupamento participante para que seja investido num projeto decidido pelos jovens “deputados”, e com uma apresentação da viagem feita a Estrasburgo por um grupo de alunos, também enquadrada na AMJ.
Seguiu-se um conjunto de questões colocadas à vice-presidente da Câmara Municipal, Felícia Costa, na maioria, relacionadas com o trabalho feito pela autarquia para a integração de pessoas portadoras de deficiência.
A vice-presidente, que é também responsável pelos pelouros da educação e ação social começou por afirmar que este tema tem sido uma prioridade para a autarquia, que desenvolve vários projetos neste campo, e que tem dado grande atenção a pormenores de acessibilidade nos novos equipamentos. As escolas básicas e jardins-de-infância ou o Museu Marítimo de Sesimbra são exemplos desse trabalho de inclusão.
Para além disso, foram referidos projetos em parceria com outras entidades, como o SIMPD, que pretende facilitar o acesso de pessoas portadoras de deficiência a informação e apoios aos quais têm direito, a linha de atuação ao nível dos cuidados continuados, em que a Câmara Municipal presta apoio direto a munícipes com dificuldades de mobilidade, através de obras nas residências e outras intervenções consideradas necessárias para a melhoria das condições de vida destes cidadãos. A autarquia tem também uma colaboração com o Centro de Saúde para disponibilização de ajudas técnicas (cadeiras de rodas, andarilhos, camas articuladas) para munícipes mais carenciados.
Em termos de Recursos Humanos, Felícia Costa lembrou que a Câmara Municipal tem também definido cotas para pessoas com deficiência e integra nos seus serviços vários funcionários nesta situação, que desenvolvem um trabalho exemplar.
A vice-presidente referiu que, em termos do espaço público, há zonas urbanas do concelho onde, pelas suas caraterísticas, é muito difícil criar condições para uma cadeira de rodas, e deu como exemplo o núcleo antigo da vila de Sesimbra ou os Paços do Concelho, um edifício quinhentista. Lembrou, no entanto, que este tem sido um desafio para os técnicos, e que em muitos casos as soluções para que todos possam usufruir do espaço público têm aparecido.
Como não podia deixar de ser, fez referência a um parceiro que tem sido essencial em todo este trabalho, ao longo dos últimos 40 anos, que é a Cercizimbra. «Esta Câmara Municipal tem a sorte de poder contar com um parceiro como a Cercizimbra, que presta um apoio decisivo, e que tem todo o nosso apoio», lembrou Felícia Costa.
Depois de respondidas as questões os alunos passaram à apresentação das propostas deste ano, que, mais uma vez, revelaram a originalidade dos mais jovens para estas questões. Elaboração de obras em “braile”, criação de uma linha de apoio ou atividades para pessoas com deficiência foram algumas das ideias que surgiram e que foram debatidas de forma muito construtiva.
No final, as cinco escolas decidiram, por unanimidade, destinar a verba do AMJProjeto de 2017 (5 mil euros) à obra do Centro de Atividades Ocupacionais e Lar Residencial da Cercizimbra, que está em construção na Quinta do Conde, prescindindo de qualquer outro projeto individual. Esta atitude, que será uma enorme ajuda para a construção do equipamento, demonstra a enorme sensibilidade deste grupo de jovens para uma questão tão importante para a comunidade e, ao mesmo tempo, a importância deste projeto na formação de cidadãos com consciência social.
Propostas apresentadas pelas escolas à AMJ Projeto
EBI da Boa Água
Projeto de arte urbana na Quinta do Conde, que está em desenvolvimento, e que passa pela pintura de um mural no mercado. As propostas ainda estão a ser recebidas, no entanto, espera-se que fique concretizado até final do ano letivo.
EBI da Quinta do Conde
Publicação de livro sobre os jogos tradicionais no concelho de Sesimbra. O trabalho é muito complexo, pois exige pesquisa, recolha bibliográfica e entrevistas a pais, avós e praticantes destes jogos. O trabalho está a ser desenvolvido com o envolvimento de professores e alunos de todo o agrupamento.
EB2,3 Michel Giacometti
As atividades musicais têm uma forte ligação a esta escola, muito por influência do seu patrono, o etnomusicólogo Michel Giacometti. Neste momento, o agrupamento tem oito grupos musicais ativos, compostos por alunos e professores, pelo que a proposta foi a aquisição de duas guitarras, um sintetizador, equipamentos apresentados na sessão, e microfones, que ainda vão ser adquiridos, para apoio a estas atividades.
Escola de Sampaio
Tendo em conta o tema da AMJ de 2016, os alunos propuseram a aquisição de uma “box” de atividade física, para instalar no exterior da escola, que é uma forma de atrair os jovens para a prática da atividade física regular, melhorando assim o seu bem-estar e combatendo a obesidade.
Escola Básica Navegador Rodrigues Soromenho
Os alunos da Navegador Rodrigues Soromenho optaram pela aquisição de equipamentos para rastreios de saúde a toda a comunidade escolar. Estes rastreios serão implementados com apoio do Centro de Saúde e darão origem a um passaporte da saúde. Visto que os equipamentos foram adquiridos, a iniciativa poderá repetir-se nos anos seguintes.