Arte alerta para a importância da preservação dos oceanos
A Caçada é o título de uma instalação da autoria de Ângela Menezes e 2MWCollective, que estará na Fortaleza entre 4 de julho e 4 de agosto, para sensibilizar a comunidade e turistas para a importância da preservação do mar e dos fundos marinhos de Sesimbra. A peça é composta por covos resgatados do fundo do mar durante uma campanha de recolha destes materiais, realizada entre 2020 e 2021, que contou com a colaboração dos pescadores locais, escolas de mergulho e centro de reciclagem do porto de pesca de Sesimbra. Estes detritos, que poluíam o fundo do mar fora, depois transformado em arte.
Em simultâneo, Ângela Menezes e 2MWCollective apresentam O Sudário, uma exposição de ilustrações das espécies marinhas mais representativas das artes de pesca em Sesimbra, utilizando uma antiga técnica japonesa de monotipos (Gyotaku), em que os peixes são impressos diretamente no papel ou tecido. Todos os animais marinhos representados foram pescados e vendidos em lota no porto de Sesimbra, adquiridos no mercado municipal ou doados por pescadores locais. Estas ilustrações estão expostas nas salas do Museu Marítimo.
Durante este mês, a Fortaleza é ainda palco de uma costura coletiva de redes de pesca, que dará origem a um “covo” de larga escala. No interior da escultura, o público poderá experienciar a mesma claustrofobia de um polvo preso numa armadilha.
O polvo está também em destaque na exposição de fotografia de Pedro Barros. Entre 2019 e 2021, o fotógrafo investigou a arte de pesca ao polvo, desde a preparação e reparação dos covos à montagem das caçadas e captura do polvo no mar.