Cezimbra Antiqua está de volta
O Ciclo de Música Cezimbra Antiqua está de volta a Sesimbra, com quatro concertos agendados para a Igreja de Nossa Senhora da Consolação do Castelo. Nesta segunda edição, inicialmente prevista para janeiro de 2021, o tema é Diálogos do Mediterrâneo, o “mare nostrum” dos romanos, que é o maior mar interior do planeta Terra.
A sua localização entre três continentes, Europa, África e Ásia, tornou-o num território de destacada relevância histórica. Nas suas margens floresceram e desenvolveram-se algumas das mais importantes civilizações, nomeadamente, a egípcia, a grega, a fenícia, a romana ou a árabe. Com estes concertos vamos embarcar numa viagem de descoberta das diferentes linguagens do Mediterrâneo, e em especial da Península Ibérica, procurando identificar nos diferentes dialetos musicais, por um lado, indícios dos seus contributos, em meados do século XVI, no estabelecimento de um repertório instrumental, de cariz fundamentalmente religioso, e por outro, no desenvolvimento e estabelecimento de um repertório e de linguagens musicais de caraterísticas mais populares, que posteriormente também terão estado na origem do fado, do cante alentejano e do flamenco.
A segunda edição do Cezimbra Antiqua tem início no dia 23 com Alvorada, pelo ensemble Cardo-Roxo que apresenta uma seleção de melodias da música instrumental à vocal, da música de festa à música de trabalho, desde a Madeira a Trás-os-Montes. No dia 24 é a vez de La Nave Va trazer o repertório de câmara vocal e instrumental dos séc. XVII e XVIII, tocado em instrumentos de época, com direção artística e musical de António Carrilho. No sábado seguinte, 30 de outubro, na Igreja do Castelo vão ecoar os sons de Música e Poesia Andaluz, por Emilio Villalba e Sara Marina, que vão interpretar zéjeles, moaxajas, danças e nubas da tradição medieval andaluza. O ciclo de música encerra no domingo, dia 31, com Palavricas d'Amor Canções Sefarditas em Ladino, pelos Noa Noa, num concerto com uma seleção de canções sefarditas remodeladas de maneira criativa, assumidamente contemporânea, que procura acentuar a ligação à cultura ibérica.
A organização é da Academia de Música de Almada, com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra.