Nadadores-salvadores garantem segurança das praias de Sesimbra

Sol, calor e areia branca são o convite ideal para uma ida à praia e um banho de mar. Para garantir a segurança dos banhistas, os nadadores-salvadores são presença obrigatória. Têm um papel fundamental no dia-a-dia das zonas balneares.
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Às 9 horas em ponto a bandeira já está hasteada e o posto de vigilância montado. Assim começa o dia do nadador-salvador Manuel Franco na praia do Moinho de Baixo, no Meco.
Escolher a cor da bandeira que vai ser hasteada é a primeira tarefa do dia, mas não há regras ou parâmetros a seguir. «Não é algo palpável. Olhamos para o mar e avaliamos as condições de segurança e até os banhistas que estão no areal», nota o nadador-salvador, frisando que a praia é vigiada até às 19 horas, o que equivale a 10 horas por dia, de segunda a domingo.
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A bandeira que está hasteada é a verde, o que significa que se pode tomar banho e nadar. «Hoje o mar não apresenta perigo para qualquer tipo de banhista», nota Manuel, lembrando que no Meco está quase sempre bandeira amarela, que indica ao banhista que pode ir ao mar banhar-se, mas não pode nadar. Quando a bandeira vermelha está hasteada, é proibido entrar na água.
Manuel Franco é pela primeira vez este ano coordenador dos nadadores-salvadores da costa ocidental do concelho de Sesimbra, desde o Meco até às Bicas. Com 21 anos e a tirar um mestrado em Engenharia de Micro e Nano Tecnologias na Faculdade de Ciências e Tecnologia do Monte de Caparica, pertence à Associação Marzimbra, sedeada no concelho de Sesimbra.
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Há quatro anos que é nadador-salvador. Está no Moinho de Baixo pelo segundo ano consecutivo, mas já esteve na Costa de Caparica e em Oeiras. «Sempre gostei muito de nadar e quando era miúdo testemunhei um salvamento na praia e comecei a interessar-me pela atividade. Agora associei o útil ao agradável», conta Manuel, que é da Azambuja, mas reside em Almada.
O mar tem estado calmo nas últimas semanas. «Já vi o mar mais perigoso», diz o nadador-salvador, garantindo que o banhista da praia do Meco «já tem outro tipo de cuidado».
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«Enquanto está vigiada a praia do Meco é segura», garante Manuel, frisando que na época balnear «não houve ocorrências com mortes». O posto de vigilância está munido com binóculos, pés de pato, cinto de salvamento, mala de primeiros socorros, carretel (uma corda usada para puxar alguém que se encontre longe) e prancha de salvamento.
«Só saímos do posto caso estejam demasiadas pessoas na praia e não haja visibilidade. Aí deslocamo-nos à linha de água para fazer uma vigilância mais minuciosa», conta o nadador-salvador, que tem sempre à cintura o rádio e o apito.
Bem perto do posto de vigia está uma família de franceses, que desde que descobriu a zona do Meco há oito ou nove anos que passa férias no concelho. «Todos os anos alugamos casa aqui», conta Bezelga Manuel, de 48 anos, referindo que este ano estão no Zambujal.
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A praia de eleição é mesmo a do Moinho de Baixo. «Nas outras praias temos de andar mais e aqui tem o parque para o carro. É tudo bom», salienta, frisando que se sentem bastante seguros mesmo acompanhados de jovens de 11, 16 e 18 anos.
«Vemos sempre a cor da bandeira. Se foi verde aqui no Meco, é bom. A água está limpa e o areal é grande. Mesmo com muita gente estamos à vontade», salienta. «É bonito e calmo», considera a mulher Carina Mariano, de 45 anos.
Há sete nadadores-salvadores nas duas praias do Meco, comunicação telefónica e os rádios que funcionam nos locais sem rede. «Quando é necessário deslocamos pessoas de cá para lá ou de lá para cá», realça Manuel Franco, que é um dos nadadores-salvadores contratados este ano pela Câmara Municipal de Sesimbra, no âmbito do plano integrado de salvamento para a frente de praia concessionada, devido ao encerramento de uma concessão no Moinho de Baixo.
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No total, a Câmara de Sesimbra contratou três nadadores-salvadores para a Lagoa de Albufeira – interior, através da Salva Mais, de Oeiras, e um para o Moinho de Baixo, através da MarZimbra.
Um desses nadadores-salvadores foi contratado para dar apoio na boca da Lagoa de Albufeira à equipa da Amarok, da Autoridade Marítima, nos momentos de enchente e vazante. A carrinha 4x4 faz permanentemente o percurso da Lagoa até às Bicas. Apesar de a vigilância daquela área não ser da sua responsabilidade, a Câmara de Sesimbra assumiu este apoio excecional, para assegurar o bem-estar e segurança de moradores, visitantes e turistas. A época balnear de 2023 decorre até 17 de setembro.