Novos lares para as aves da Amieira
Os alunos do 9.º ano da Escola Básica 2,3 de Santana encarregaram-se da marcação e escolha das árvores com mais probabilidade de ocupação e da colocação dos 32 ninhos, de forma aleatória mas com 40 metros de distância entre si.
«Neste momento, e face à dificuldade das aves em arranjarem ninhos nas árvores novas dos ecossistemas de mono produção, estamos a colocar ninhos para que encontrem esses substitutos artificiais», esclarece o engenheiro José Rodrigues, responsável pela actividade.
A acção de sensibilização ambiental decorreu em Abril e faz parte do programa de promoção de actividades de educação ambiental no âmbito da Bandeira Azul e teve como objectivo consciencializar os mais novos para a importância da protecção e conservação da fauna e da flora locais.
Os alunos, de duas escolas de Santana, dividiram-se em dois grupos. Um tratou da marcação das árvores, e com o auxílio da bússola obteve a orientação, para ver se esta contribui para a ocupação do ninho. O outro grupo, com apenas um escadote, um ninho, pregos, um martelo e algum equilíbrio, colocou novos lares para os cinco tipos de aves.
Os ninhos diferem consoante os seus orifícios, que apresentam três tamanhos, de 28, de 30 e de 70 milímetros. Dos trinta e dois ninhos, dois dos quais são destinados às corujas, sendo maiores que os restantes. Estes ninhos distanciam-se entre si 40 metros e são colocados a 3/4 de altura.
«Estava com medo e as escadas tremiam muito mas a experiência foi boa. Não fazia ideia que existissem pássaros tão pequenos», diz Inês Graça do 9.º D.
A visita que teve início no Fojo, na Serra da Arrábida, passando pela Carrasqueira, Lagoa de Albufeira e terminou na Apostiça.
Na zona da Carrasqueira os alunos conseguiram perceber o impacto que a urbanização pode fazer em matas «mais ou menos reservadas» e que depois, face ao desenvolvimento urbano, são destruídas.
Na Apostiça, uma área ardida, José Rodrigues sugerirá que se verifique o impacto do incêndio.
Em Setembro, os alunos voltarão ao local para verificarem as alterações que este projecto provocou e para avaliar a taxa de ocupação dos ninhos artificiais.