Secretária de Estado das Pescas esteve em Sesimbra para assinalar abertura da pesca à sardinha em 2022
O início da época de pesca à sardinha, em 2022, foi assinalado no dia 2 de maio, em Sesimbra, com a presença da Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, a convite da Câmara Municipal.
A receção da representante do Governo decorreu no Largo da Marinha, local emblemático para a comunidade piscatória sesimbrense, e contou com a presença de representantes de várias entidades ligadas ao mar e à pesca, e armadores da frota do cerco.
Este era um dia há muito aguardado pela frota do cerco nacional e, particularmente de Sesimbra, um dos principais portos de pesca do país, e que tem na sardinha uma das principais fontes de rendimento.
A importância desta espécie para as várias comunidades piscatórias foi, aliás, salientada pela representante do Governo, que já em 2021 tinha estado presente em Sesimbra na abertura da época de pesca da sardinha.
«Este ano iniciamos a época de pesca à sardinha um pouco mais cedo. O setor teve anos muito difíceis e os bons resultados desde ano e do ano passado, ao nível na recuperação da biomassa, devem-se também ao esforço muito grande feito pela frota e ao trabalho da investigação científica», referiu Teresa Coelho, que destacou a valia do porto de pesca de Sesimbra. «É um excelente porto, tem uma excelente comunidade piscatória, e é sempre uma das melhores lotas do país», sublinhou, tendo acrescentado a quota de pesca de sardinha em 2022, para Portugal, é de 29 mil e 400 toneladas.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, referiu a importância da sardinha para a economia sesimbrense. «Este ano os nossos pescadores poderão pescar mais, o que era uma das reivindicações do cerco. A sardinha é uma espécie fundamental para Sesimbra e esperamos que possa ser muito aproveitada por um dos nossos setores principais, que é a pesca, e que também possa ser valorizada através da gastronomia sesimbrense, que é das melhores do país. É isso que nós ambicionamos neste dia».
Miguel Miranda, presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) também acredita que este vai ser bom ano. «Nos últimos anos, a biomassa de sardinha tem aumentado, graças à combinação entre a atividade científica e a ação coordenada, consciente e organizada da pesca. É, pois, importante que esta atividade seja rentável para todos, e que possamos continuar a afirmar a pesca com uma área essencial na nossa economia».
A abertura da época de pesca mais cedo é também do agrado de armadores do cerco, como salientou João Baeta, proprietário e armador de uma embarcação de pesca do cerco de Sesimbra. «Estamos satisfeitos porque iniciamos hoje a pesca à sardinha, que é muito importante para a nossa terra e dá muito emprego às nossas gentes».
Em representação da Cooperativa de Pesca de Sesimbra-Setúbal-Sines (SESIBAL), Manuel Cardoso manifestou a esperança de que este ano seja melhor do que os dois últimos. «Este ano a conjuntura é mais favorável porque neste momento não temos as restrições devido ao COVID-19. Vamos ter mais oportunidades de pesca e esperamos ter mais alguma rentabilidade».
A mesma opinião é partilhada por Manuel José Pólvora, da ArtesanalPesca, cooperativa de produtores de pesca artesanal de Sesimbra, que tem tido um papel fundamental na valorização e comercialização do pescado da frota de pesca sesimbrense. «Creio que vai ser um bom ano para a pesca da sardinha. Será bom para a frota de pesca, para a nossa atividade e para Sesimbra», referiu.
Ao início da noite, a comitiva rumou ao Porto de Abrigo para assistir à saída das traineiras para a faina. Importa sublinhar que, em 2021, a sardinha representou perto de 10 por cento do total de capturas da pesca, em Sesimbra, e mais de 2,6 milhões de euros.