Sesimbra envia Carta Aberta ao Primeiro-Ministro para a construção da variante ao Porto de Abrigo
A Câmara Municipal de Sesimbra e mais de uma centena de entidades ligadas à pesca e a empresas de atividades marítimo-turísticas subscreveram uma Carta Aberta ao primeiro-ministro, António Costa, a exigir que a construção de um novo acesso ao Porto de Abrigo de Sesimbra, o mais importante do país, seja contemplada no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que se encontra em consulta pública.
O documento foi apresentado hoje, 26 de fevereiro, numa sessão transmitida em direto via Internet, que contou com a participação do presidente da Câmara Municipal, Francisco Jesus, Manuel José Gomes Pólvora dos Santos, presidente do Conselho de Administração da ArtesanalPesca, António José Azevedo Coelho, presidente da Associação dos Armadores de Pesca Artesanal e Local do Centro e Sul e Luís Domingos do Ò Pinhal, diretor da SESIBAL – Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines, três parceiros que têm estado na linha da frente nesta revindicação, tal como praticamente todas as organizações, entidades e associações com ligações ao setor da pesca e das maritimo-turísticas, que responderam ao repto da autarquia.
A melhoria dos acessos ao Porto de Abrigo de Sesimbra, nomeadamente com a construção de uma variante, é uma reivindicação antiga, mas que, apesar de já ter traçado proposto e já ter estado contemplada algumas vezes nunca foi priorizada nos investimentos do Estado. Neste momento, o Porto de Sesimbra é aquele que movimenta maior volume de pescado do país. Tem recebido grandes investimentos públicos e privados, mas continua apenas um acesso que atravessa a malha urbana da Vila de Sesimbra e é muito difícil para veículos pesados.
Aliás, os representantes das entidades que intervieram referem exatamente a dificuldade de escoar o pescado porque certos clientes simplesmente se recusam a descer a Sesimbra. Há mesmo o caso de motoristas de pesados que tiveram que passar duas noites em Sesimbra por não conseguirem sair com os veículos carregados pela única estrada de acesso, que tem uma pendente elevada e com chuva se torna escorregadia e intransitável para camiões. A ArtesanalPesca teve mesmo que aumentar a sua zona de refrigeração para poder guardar o peixe que não é escoado, por este motivo.
A Câmara Municipal já por várias vezes apresentou propostas para o traçado mais curto, para que fosse mais viável financeiramente, e com ligação a uma área industrial relativamente próxima do Porto, que poderia ser utilizada para infraestruturas de apoio ou criação de novos negócios.
Neste momento, a falta de um novo acesso é uma situação dramática para um Porto que representa 3 mil postos de trabalho diretos e que apesar dos investimentos e da dinâmica empresarial, em vez de prosperar, como seria de esperar, começa a ter grandes dificuldades em se desenvolver.
Num momento em que é consensual que a economia do mar é uma das mais-valias de Portugal, não seria admissível que o plano que vai definir as linhas estratégicas do país para os próximos anos, esquecesse aquele que é o maior Porto de Pesca do país.
A carta seguiu para:
Primeiro-ministro
Ministro do Mar
Ministro do Planeamento
Ministra da Coesão
Secretário de Estado das Infraestruturas
Secretário de Estado das Pescas
Secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional
Secretária de Estado do Turismo
Grupos Parlamentares na Assembleia da República
Área Metropolitana de Lisboa
A Câmara Municipal enviará a sua participação pública e submeterá paralelamente na plataforma ConsultaLex (No âmbito da consulta pública em curso do PRR)
Vídeo da conferência de imprensa