Câmara Municipal exige desassoreamento da Lagoa de Albufeira
No início de julho, verificaram-se marés com amplitudes muito baixas que, associadas ao crescente assoreamento da chamada “boca da Lagoa”, fizeram com que, mesmo em maré cheia, a ligação da Lagoa de Albufeira ao mar, aberta pela Câmara Municipal, não tenha sido suficiente para normalizar o nível de água no interior.
Apesar de não se ter verificado nenhum problema ambiental, e da qualidade das águas se ter mantido com valores excelentes, esta situação confirma a necessidade, urgente, de se proceder a um desassoreamento da “boca da Lagoa”, exigida há vários anos pela Câmara Municipal às entidades competentes (atualmente, a Agência Portuguesa de Ambiente), mas que continua a ser adiado, o que está a prejudicar uma zona ambientalmente sensível e economicamente importante para o concelho e para a região. É reconhecido pelos especialistas que o desassoreamento facilita o processo de abertura e evita que as areias obstruam o canal de ligação ao mar pouco tempo depois de ser aberto e, só dessa forma, será possível preservar a biodiversidade única deste lugar.
Refira-se que os encargos resultantes da operação de abertura da Lagoa têm sido essencialmente suportados pela Câmara Municipal, embora esta operação não seja da sua competência, mas sim da Agência Portuguesa de Ambiente. Aliás, as intervenções nas restantes lagoas do país são garantidas por esta entidade.
A Câmara Municipal efetua a abertura regular na época da Páscoa e tem que deslocar maquinaria para a praia várias vezes durante o verão, para proceder à reabertura, sempre que necessário, e conjugada com as condições ideais das marés. Esta situação traduz-se em custos elevados para o município e, mais grave, tem impactos ambientais para o ecossistema da Lagoa.