A festa da discoteca La Belle Époque
A festa da discoteca La Belle Époque, organizada por antigos funcionários, para recordar o conhecido espaço de diversão noturna que marcou várias gerações de sesimbrenses nas décadas de 80 e 90, realiza-se no dia 21 julho, sábado, às 22.30 horas, na Fortaleza de Santiago, em Sesimbra.
Abriu ao público a 31 de agosto de 1980. O nome, La Belle Époque, foi buscá-lo à decoração revivalista dos anos 20, e depressa se tornou num dos mais emblemáticos espaços de diversão noturna da vila de Sesimbra. Em 2012, um grupo de ex-funcionários decidiu organizar uma festa para recordar esses tempos.
No verão, e aos fins-de-semana, as enchentes eram a norma. «Formavam-se filas quase intermináveis nas primeiras horas da noite», recorda “Manecas”, porteiro da La Belle Époque durante cerca de 16 anos, posto que mantém na festa. «Tem sido uma experiência muito gratificante porque mantemos o mesmo espírito e revemos antigos clientes e amigos com 40, 50 e 60 anos, ou mais», diz.
Um pouco mais novo, Jaime Penim, um dos organizadores, ajudou no bar da discoteca quando era ainda adolescente. «Todos queriam ir à Belle Époque, pela boa música e ambiente», conta.
Para além de bem frequentada e ter um ambiente familiar, na Belle Époque passavam os êxitos mais recentes. Tanto que por volta das 23 horas já se acotovelavam dezenas de pessoas à porta para não perderem a “abertura” da pista, com o inevitável 2001 – Uma Odisseia no Espaço, seguido muitas vezes dos estrondosos Like a Virgin, de Madonna, e Back in Black, dos AC/DC.
A música prolongava-se, invariavelmente, até altas horas da manhã e terminava muitas vezes com o “hino” We Are the Champions, dos Queen. Mas nem sempre era assim, como afirma Júlio Costa, antigo disk jockey da Belle Époque, que continua a passar música na festa. «Era normal os mais resistentes pedirem um “encore”. Eu já sabia o que queriam e levavam quase sempre a Canção do Beijinho, de Herman José, para acabar a noite num registo bem mais divertido», acrescenta.
Segundo João Mafra, um dos mentores desta iniciativa, «tenta-se recriar o ambiente vivido naquela época. Daí que, quem vem, ainda encontre os porteiros, os barmen e os disk jockey que foram os rostos da Belle Époque. E, claro, as músicas só podem ser as que se ouviam na altura», afirma.
Embora implique uma logística muito grande, incluindo a montagem do espaço na véspera e a limpeza logo imediatamente à festa, João Mafra e Jaime Penim garantem que não tem fins comerciais nem promocionais, mas tem uma vertente social muito importante.
«Temos uma parceria com o Grupo Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Zimbra, que fica com a receita dos bares, e este ano uma parte das receitas da bilheteira vai destinar-se à compra de materiais e equipamentos para os Bombeiros Voluntários de Sesimbra», afirmam.
João Mafra e Jaime Penim agradecem o apoio de várias entidades, especialmente da Câmara Municipal. «Sem a cedência da Fortaleza e do apoio logístico, não seria possível organizar este acontecimento com a dignidade e dimensão merecidas», finalizam.