Maçã Camoesa em destaque na Moagem
A Moagem de Sampaio acolheu, no primeiro fim-de-semana de outubro, a VI Mostra de Maçã Camoesa, que este ano deu também destaque à doçaria e ao pão caseiro de Sesimbra. Para além dos produtores de maçã, pastelarias e padarias do concelho, e dos habituais participantes na feira Sabores da Nossa Terra, que decorre aos fins-de-semana de manhã neste local, o certame reuniu vários artesãos e produtores de mel, plantas, rações e ferramentas, show cookings dedicados à maçã, ao pão e à Farinha Torrada, palestras, visitas a pomares e padarias e distribuição de pão e maçãs aos alunos do pré-escolar e 1º ciclo da rede pública do concelho, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Pão e da Alimentação, que se assinalaram a 16 de outubro. Destaque ainda para a animação musical e para as atividades para os mais novos, que incluíram pinturas faciais e jogos, um comboio elétrico e um insuflável, que fizeram as delícias dos mais pequenos.
Conferência Valorização dos Produtos Locais
«A Maçã Camoesa regista um número crescente de produtores e de árvores, que rondam atualmente as 1500, e uma produção anual na ordem das 14 toneladas», sublinhou o vereador José Polido na abertura da conferência Valorização dos Produtos Locais, que decorreu no Centro de Apoio à Incubação de Empresas de Sesimbra, e que contou com a presença do adjunto do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Regional, António Rego, do Delegado Regional da Península de Setúbal da Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT), Manuel Meireles, e da Diretora Executiva da Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal (ADREPES), Natália Henriques.
José Polido lembrou que o aumento da produção deste fruto «resulta de um trabalho conjunto iniciado há 13 anos, que envolve a Câmara Municipal, Junta de Freguesia, ADREPES, DRAPLVT e produtores locais, e frisou que «é importante partir para outro patamar no que respeita à divulgação e valorização desta maçã». A ideia foi partilhada pela presidente da Junta de Freguesia do Castelo, Maria Manuel Gomes, ao afirmar que «daqui para a frente a Maçã Camoesa tem condições para dar o salto, em termos de valorização, e que, tal como a Farinha Torrada, é um dos produtos que ajudam a diferenciar Sesimbra». António Rego apresentou a marca Tradicional.pt, criada para diferenciar e identificar no mercado os produtos agrícolas, géneros alimentícios e pratos preparados tradicionais, e o Estatuto da Pequena Agricultura Familiar, que pretende promover e valorizar a produção local e melhorar os respetivos circuitos de comercialização.
Manuel Meireles, da DRAPLVT, felicitou o trabalho desenvolvido em Sesimbra. «Neste concelho vive-se um ambiente especial, onde as coisas acontecem, por isso espero que estes produtos cheguem às cantinas das escolas», disse. Da parte da ADREPES, Natália Henriques informou que em breve vão ser publicados avisos com ações para financiar projetos para a agricultura e para o mar, e que a entidade que representa vai dinamizar, ao abrigo do projeto Orçamento Participativo Portugal, um conjunto de ações para promover e acrescentar valor às maçãs Camoesa de Sesimbra e Riscadinha de Palmela, que passam, por exemplo, por campanhas de marketing e de comunicação, pela participação em eventos e realização de workshops com produtores. A conferência encerrou com o testemunho de Ricardo Peralta sobre a sua experiência enquanto produtor de Maçã Camoesa. No final, o público degustou vários produtos regionais confecionados à base das maçãs Camoesa e Riscadinha.