Lançamento de livro e homenagem a eleitos na Capela de São Sebastião
O livro 29 Meses de Trabalho, reeditado pela Câmara Municipal de Sesimbra, foi lançado esta terça-feira, 12 de dezembro, na Capela de São Sebastião, precisamente no mesmo dia em que o templo mais antigo de Sesimbra foi inaugurado, após uma intervenção de reabilitação.
A obra relata o trabalho feito pela Comissão Administrativa que geriu os destinos do concelho entre 1974 e as primeiras eleições autárquicas, a 12 de dezembro de 1976. Este relatório é considerado essencial para compreender a história do concelho nos anos anteriores e no período que se seguiu à Revolução dos Cravos.
O então vice-presidente da Comissão Administrativa, João Pinhal, realçou que a reedição da obra elaborada por quem ajudou a construir o poder local em Sesimbra é importante «para as pessoas que não eram ainda nascidas ou eram muito novas poderem ter um retrato de como era o concelho e de como isto começou».
O ex-autarca Amadeu Penim, membro da Comissão de Honra das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, focou a sua intervenção na descolonização, democratização e desenvolvimento e frisou que «a preparação do processo eleitoral, momento fundamental para a constituição da democracia, decorreu sem qualquer atropelo». Enalteceu também que com as eleições autárquicas de 12 de dezembro de 1976 encerrou-se «o primeiro ciclo das eleições livres democráticas em Portugal».
O presidente da Câmara Municipal, Francisco Jesus, louvou a reedição do livro. «Percebermos aquilo que foi o contexto em que o concelho de Sesimbra vivia do ponto de vista das necessidades, das preocupações, daquilo que eram as emancipações necessárias», disse o autarca, que quer transmitir às gerações mais jovens os valores conquistados pelo 25 de Abril.
O presidente da Assembleia Municipal de Sesimbra, João Narciso, também frisou que o livro agora reeditado surge para que o trabalho feito pela Comissão Administrativa «perdure» e lembrou que as primeiras eleições autárquicas são «o dia em que se deu voz e vez às populações, muito através da criação da Assembleia Municipal».
A primeira iniciativa realizada na Capela de São Sebastião iniciou-se com o descerramento de uma placa de homenagem aos eleitos e eleitas já falecidos, com a presença de um familiar de Conceição Morais e outro de Augusto Pólvora.
A coordenadora das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, Odete Graça, considerou que foi feita uma justa homenagem a quem contribuiu para que a Capela de São Sebastião possa agora ser usufruída pela população. «Uma presidente da Assembleia Municipal, Conceição Morais, usou o seu direito de voto para rejeitar a proposta de que este espaço fosse entregue à Igreja», recorda. E acrescenta que «Augusto Pólvora teve uma visão de futuro, a nível de estratégia e de aproveitamento de possibilidades de candidaturas, criou todo o processo de recuperação desta capela».
O som do violoncelo de Davide Zaccaria encerrou a cerimónia, que encheu a Capela de São Sebastião.