Cezimbra Antiqua
O século XVIII foi palco de um influente processo cultural, social, filosófico e político, comummente conhecido por movimento Iluminista, que teve a sua maior expressão na Europa e mais particularmente em França, local de grande desenvolvimento científico e filosófico, cujas raizes remontam já ao século XVI e à revolução científica.
Foram sem dúvida tempos de grandes transformações nas estruturas sociais do velho continente Europeu, substancialmente centradas em torno da Liberdade, do Progresso e do Homem.
A música, sendo uma linguagem universal e uma das formas de expressão mais inerentes ao ser humano, não ficou alheia a estas transformações.
Assim, sensivelmente a partir do segundo quartel do século XVIII, podemos começar a perceber neste ou naquele compositor ligeiras transformações na sua escrita musical que, de forma muito simplista, podemos sintetizar na rejeição de tudo o que pode ser considerado artificial e/ou complexo, duas características intimamente associadas a estas novas correntes iluministas.
Aos poucos observamos uma diminuição da complexidade na escrita contrapontística, a simplificação das linhas melódicas, acompanhada do aumento da sua importância na estrutura musical, assim como o uso cada vez mais frequente de estruturas formais definidas e de um vocabulário harmónico reduzido muito focado nas funções de tónica e dominante.
Na sua essência estas transformações visavam uma linguagem universal que pudesse ser entendida por todos, músicos, melómanos e leigos, e que de alguma maneira deve ser vista como uma clara rejeição à teatralidade dos géneros mais aristocráticos.
No entanto, e à semelhança de outros períodos de mudança e transformação, não estamos perante um claro corte com o passado; os diversos estilos musicais, sejam eles novos ou mais tradicionais vão coexistindo durante décadas; ao mesmo tempo que as novas óperas de Pergolesi ou de Hasse vão sendo apresentadas ao público, Rameau, Haendel e Bach ainda continuam bastante ativos na sua produção musical.
A proposta para a 1ª edição deste Ciclo de Concertos vai precisamente de encontro a esta epóca de transformações e mudanças, sob o pretexto da celebração da efeméride da morte de dois grandes compositores da História da Música Ocidental: Haendel (1685-1759) e Haydn (1732-1809).
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