A Voz da Emoção - Em Torno da Família de Bach
Com raízes em Valência dos finais do século XV, a viola da gamba teve o seu auge quase três séculos depois na Alemanha de Johann Sebastian Bach e sempre muito em proximidade com o seu circuito familiar.
De facto, foi para Christian Ferdinand Abel, músico brilhante da corte de Köthen, que J. S. Bach compôs as suas três lindas sonatas para viola da gamba e cravo. Foi também provavelmente Carl Philipp Emanuel Bach que introduziu na corte de Frederico o Grande o gosto por este instrumento, tendo igualmente composto diversas obras para gamba, num estilo já claramente galante. São disso exemplo as sonatas em ré maior e sol menor.
Com raízes em Valência dos finais do século XV, a viola da gamba teve o seu auge quase três séculos depois na Alemanha de Johann Sebastian Bach e sempre muito em proximidade com o seu circuito familiar.
De facto, foi para Christian Ferdinand Abel, músico brilhante da corte de Köthen, que J. S. Bach compôs as suas três lindas sonatas para viola da gamba e cravo. Foi também provavelmente Carl Philipp Emanuel Bach que introduziu na corte de Frederico o Grande o gosto por este instrumento, tendo igualmente composto diversas obras para gamba, num estilo já claramente galante. São disso exemplo as sonatas em ré maior e sol menor.
Também na produção para cravo, se pode observar na obra de Wilhelm Friedemann Bach uma forte presença da herança contrapontística de seu pai que, misturada com uma linguagem mais moderna e sensível e carregada de uma expressão dramática, se funde uma extraordinária simplicidade melódica, resultando numa linguagem singular que já deixa antever o estilo romântico.
Como habitual na época, os filhos de Bach e de Abel prosseguiram as carreiras dos seus pais. A sorte uniu, em Londres, o destino de dois deles, Johann Christian Bach e Karl Friedrich Abel, que juntos fundaram uma importante sociedade de concertos. Exímio improvisador, os solos de viola da gamba de Abel, filho, eram tão virtuosos e reconhecidos, que os seus discípulos assumiram a grandiosa tarefa de os transcrever. Graças a este importante e paciente trabalho hoje podemos apreciar o maravilhoso manuscrito Drexel, que nada mais é que uma verdadeira “máquina do tempo”, que nos dá a conhecer as improvisações deste importante músico do século XVIII, quiçá, o último virtuoso histórico da viola da gamba, que mesmo derrotado pelo álcool, mas ainda consciente de que instrumentos menos subtis rapidamente iriam substituir a viola, pediu que fosse sepultado juntamente com a sua.
Programa
Karl Friedrich Abel (1723-1787):
Manuscrito Drexel para Viola da Gamba
Arpeggio
Adagio
Allegro
Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788):
Sonata para Viola da Gamba e b.c. em Ré maior, Wq 137
Adagio ma non tanto
Allegro di molto
Arioso
Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784):
Peças para Cravo
Polonesa en Mi menor, F 12/8
Fantasia en Lá menor, F 20
Andreas Lidl (1740-1789):
Seis Sonatas para Viola da Gamba
Andante en Ré menor
Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788):
Sonata para Viola da Gamba e Cravo,
em Sol menor, Wq 88
Allegro moderato
Larghetto
Allegro assai
Johanna Rose (viola da gamba) | Javier Nuñes (cravo)
Sábado, às 17h
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