ASSEMBLEIA: Os Cem Anos da Constituição Portuguesa
No encontro, organizado pela Assembleia Municipal de Sesimbra para assinalar o Centenário da Constituição Portuguesa, o eurodeputado afirmou que «o grande ideal republicano era formar cidadãos livres, capazes de pensar por si, de compreender as novas instituições e dar o seu contributo à sociedade».
Portugal tinha cerca de oitenta por cento de analfabetos numa população de quase seis milhões de habitantes, e perto de cinco viviam nas zonas rurais do país sem saber ler e escrever. «Por isso, o ensino primário foi aceite de imediato pela população e foi, para a maioria do povo, sinónimo de um “Homem novo”», acrescentou Margarida Louro Felgueiras, professora de História Contemporânea.
A Constituição da Primeira República foi um documento estruturante para a vida do país e o ensino obrigatório um elo de ligação. «A instrução pública foi sinónimo de mudança de mentalidade, abriu a porta ao debate e marcou de forma abrangente a história política e social de Sesimbra e de Portugal», completou Odete Graça, presidente da Assembleia Municipal, sustentando que «a Lei das Leis representou um caminho para a democracia».
O evento, que reuniu dezenas de munícipes ligados à área da educação, contou ainda com a presença de Luís Ferreira, arqueólogo, e de João Aldeia, economista, que fizeram um balanço sobre a ação da constituição de 1911 no campo cultural e governamental, em Sesimbra e no país.
No final, a Academia de Música do Bota Big Band recriou algumas das músicas tocadas durante a implantação da República Portuguesa.