Gala de Ópera encerra Temporada de Música
A Gala de Ópera teve início com a abertura da opereta cómica Die Fledermaus, de Strauss. Seguiu-se depois E Lucevan le Stelle, uma ária da ópera Tosca, de Giacomo Puccini, interpretada por Carlos Guilherme. Dora Rodrigues apresentou-se com Si, Mi Chiamano Mimi, de La Bohème, do mesmo compositor. Durante a primeira parte foram ainda interpretadas a abertura de O Barbeiro de Sevilha, de Rossini, e árias dos compositores espanhóis Pablo Sorozabal, Pablo Luna, Reveriano Soutullo e Juan Vert.
Na segunda parte, a célebre ópera La Traviata, de Giuseppe Verdi, foi o momento alto. A noite terminou com dois clássicos do século XX, Lippen Scheweigen, o famoso dueto da opereta vienense Die Lustige Witwe (A Viúva Alegre), de Franz Lehár, e Tonight, do musical West Side Story. Para espanto da plateia, que aplaudia fervorosamente, todos continuaram em cena para mais uma interpretação, desta vez a versão portuguesa de A Viúva Alegre . Uma surpresa preparada por Carlos Guilherme. «Dei a letra à Dora no intervalo, nem a ensaiamos», confessou. «Foi uma forma de chegar ainda mais ao público», acrescentou Dora Rodrigues, que nunca tinha estado em Sesimbra. Para esta soprano com uma carreira em ascensão, «foi uma noite fantástica», elogiando a sala e a simpatia da plateia.
Também o maestro Artur Pinho Maria teceu elogios à assistência. «Senti que era um público conhecedor daquilo que estava a ouvir e isso é muito gratificante para quem está no palco». O maestro realçou também «a excelente qualidade dos solistas, que têm a capacidade de proporcionar árias com um elevado grau de execução».
Reacções do público
Apesar da chuva, o casal Dina e Joaquim Ferreira não quis perder a Gala de Ópera, e ao intervalo estavam rendidos a Carlos Guilherme. «É a primeira vez que o vejo ao vivo e estou maravilhada com a sua actuação», asseguraram.
Para Rita Macedo, a estreia foi a dobrar. Foi a primeira vez que entrou no Cineteatro João Mota e assistiu à uma actuação da Orquestra Clássica do Centro. «Estou a gostar muito», afirmou, frisando que estes concertos são «uma mais-valia» para o concelho e para quem assiste. «Era bom que existissem mais e que atraíssem cada vez mais pessoas, de todas as idades», reforçou.
Apesar de estar habituado a ouvir música clássica, Pedro Marinheiro, estudante de saxofone no Conservatório de Música de Setúbal, nunca tinha assistido a um concerto de ópera. «Gostei muito», declarou com convicção, prometendo que vai marcar presença na próxima Temporada.
«Todos os concertos que vi foram excelentes e culminou de uma forma grandiosa», referiu Isabel Sequerra. A apresentação do grupo Vox Cantatis, na Loja Ond@Jovem da Quinta do Conde, surpreendeu-a sobretudo pelo facto de ter decorrido num espaço direccionado para a juventude. «É importante cultivar o gosto por este tipo de música nos jovens», reconheceu.