Moagem de Sampaio acolheu apresentação do livro A Doçaria Portuguesa - Sul
A Moagem de Sampaio acolheu, no dia 20 de janeiro, a apresentação do livro A Doçaria Portuguesa – Sul, da autoria de Cristina Castro, uma recolha da doçaria tradicional e conventual da Península de Setúbal, Alentejo e Algarve.
O acontecimento contou com a presença de Francisco Jesus, presidente da Câmara Municipal, Maria Manuel Gomes, presidente da Junta de Freguesia do Castelo, e de vários doceiros do concelho de Sesimbra, entre os quais os pasteleiros das Brisas do Castelo, Broas e Fogaças de Alfarim e Tamarinas, iguarias sesimbrenses que estão em destaque nesta publicação.
O presidente da autarquia enalteceu a importância do projeto na divulgação do concelho. «Obrigado à Cristina e à sua equipa pelo trabalho que desenvolveram, à editora, que apostou no projeto, e a todas as pessoas que se têm envolvido na promoção do que é nosso, e que a par da autarquia promovem a nossa identidade e as nossas gentes, quer na valorização do que existe quer na criação de novos produtos», afirmou Francisco Jesus. «Destaco a inovação e o empreendedorismo de alguns dos munícipes que aqui estão presentes, e dou os meus parabéns a todos».
Maria Manuel Gomes, atualmente presidente da Junta de Freguesia do Castelo, foi uma das principais impulsionadoras do registo e da promoção da Farinha Torrada de Sesimbra, e recordou os primeiros passos para o seu registo como doce tradicional de Sesimbra. «A Dona Anita, da padaria A Camponesa, foi uma peça fundamental para todo este processo. Foi ela que decidiu retirar a Farinha Torrada do tradicional saco de pano, que se encontrava apenas nas casas dos pescadores, e colocá-la à venda na sua padaria», recordou. «Apesar disso, nunca quis registar a marca e quando a autarquia decidiu proceder ao registo foi a primeira a apoiar o projeto porque tinha a mesma visão de que este era um doce de todos os sesimbrenses».
Para além da Farinha Torrada, a autora fez um enquadramento dos outros doces de Sesimbra que fazem parte da publicação. «Este não é um livro de receitas mas sim uma publicação que olha para a doçaria e para a sua história, como quem o faz e como surgiu. Tentámos cruzar as ligações existentes entre os países e as pessoas porque existem efetivamente pontos que ligam o mesmo doce».
No final da sua apresentação, Cristina Castro destacou a Farinha Torrada como um «doce atual com uma longa história, que foi enriquecido ao longo dos anos». Após, a exibição de um vídeo sobre a confeção do doce tradicional, a autora mostrou documentação do século XVII onde um tipo de farinha torrada era produzido na cozinha real mas para fins medicinais. «Este doce tem uma história fantástica e Sesimbra está realmente de parabéns por ter um doce tão único e peculiar», concluiu.
O livro, A Doçaria Portuguesa - Sul, com prefácio de Maria de Lourdes Modesto, fotografias de Gonçalo Barriga e ilustrações de Ana Gil, tem um custo de 28,50 €.