MUNICÍPIO: Governo suspende investimentos prioritários
Os cortes anunciados de vários investimentos na região, como por exemplo, a extinção da Sociedade do Arco Ribeirinho Sul, o cancelamento da Terceira Travessia do Tejo, do novo Aeroporto de Lisboa, do TGV, das acessibilidades previstas na Circular Regional Interna da Península de Setúbal, do Hospital do Seixal e dos investimentos da Parque Escolar levaram a uma tomada de posição da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), que reuniu os presidentes e das Câmaras Municipais de Sesimbra, Setúbal, Palmela, Almada, Barreiro e Alcochete.
Em conferência de imprensa realizada no dia 13 de setembro, em Setúbal, os municípios manifestaram a sua oposição aos cortes do governo sem terem sido auscultadas as opiniões dos autarcas e da população dos concelhos abrangidos, e defenderam que é preciso continuar a investir.
«Não podemos aceitar o caminho que está a ser trilhado pelo poder central em relação ao futuro do país, e muito menos no que respeita à região de Setúbal, que é a terceira a nível nacional na contribuição em impostos», sublinhou Alfredo Monteiro, presidente da AMRS, frisando de seguida que «estes investimentos na região, pelo que representam, são do interesse nacional e devem ser encarados como prioritários para se ultrapassar a crise».
Consciente de que o poder local tem sabido defender os interesses do país, da região e das populações, a AMRS apelou aos municípios que solicitem ao governo reuniões sobre os projetos para a região e que tomem posições relativas aos cortes anunciados. Será também proposta à delegação de Setúbal da Associação Nacional de Freguesias um encontro regional até ao final do ano, para envolver os autarcas no diálogo com o poder central.
Para o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, «não se compreende como é que depois de já estar praticamente certo que se ia avançar para a construção do Hospital, o Ministério da Saúde decida suspender este equipamento, que é absolutamente fundamental para assegurar os cuidados de saúde de milhares de pessoas».
No que respeita às acessibilidades, a principal preocupação prende-se com a eventual paragem da obra do IC32, desde o Funchalinho, próximo da Costa da Caparica, até Coina. Isto porque se trata de uma infraestrutura essencial para melhorar as ligações na região e que, a concretizar-se, beneficia o concelho de Sesimbra. «Também aqui existiam compromissos assumidos que agora podem ficar sem efeito, e que constituem um forte entrave ao desenvolvimento da península.»
Uma decisão que, a juntar ao Impacte Ambiental desfavorável relativo ao prolongamento do IC21, do Nó de Coina a Sesimbra, constitui mais um rude golpe para o concelho, num momento em que este atravessa uma fase de grande dinâmica, como o provam os investimentos nas áreas do saneamento, habitação, educação, património, reabilitação urbana e valorização da frente marítima, realizados por iniciativa da autarquia.