Sesimbra combate abandono escolar
Depois dos mediadores para o sucesso escolar, que conseguiram recuperar centenas de alunos do 3.º Ciclo que apresentavam duas ou mais negativas, o programa direcciona-se agora para o 2º. e 3º. Ciclo que por diversos motivos não estão interessados em frequentar a escola pelo percurso normal. «Muitos destes jovens são de famílias desestruturadas e de contextos socioeconómicos mais vulneráveis, outros simplesmente não mostram interesse em aprender por esta via de ensino e como repetiram o mesmo ano várias vezes já não se sentem bem entre os mais novos», salienta Teresa Capítulo, psicóloga da Câmara Municipal, recordando que se estivessem na escola frequentariam o 2.º Ciclo.
Desde o início do ano lectivo que a equipa técnica anda no terreno a incentivar e a sensibilizar os jovens para a importância de concluir o ensino obrigatório. O projecto-piloto que quer terminar com o abandono escolar até ao 9. ° ano visa mostrar ainda a esta faixa da população escolar que há outras soluções. «No concelho há uma oferta diferenciada com cursos e formações profissionais», salienta a técnica municipal, que pertence à equipa EPIS.
Ainda que o número de alunos em situação de abandono efectivo ou em risco elevado represente 0,1 por cento de jovens com menos de 18 anos, a Câmara Municipal de Sesimbra mostra-se determinada em pôr fim ao abandono escolar, promovendo a escolaridade até ao 12.º ano.
Felícia Costa, vereadora do Pelouro da Educação, recorda que a autarquia tem estado na linha da frente nesta área. «Sesimbra tem sido reconhecido como um município com boas práticas educativas, não apenas pelo esforço que ao longo dos anos se tem feito na requalificação e ampliação do parque escolar mas também pelos projectos dinamizados, em colaboração com a comunidade educativa, no sentido de combater a exclusão e melhorar a qualificação académica e o sucesso escolar».
Numa primeira fase, a equipa técnica identificou os alunos e fez uma análise às causas de insucesso escolar. Na segunda fase os mediadores e técnicos da autarquia vão localizar e tentar chegar à fala com os jovens. Depois disso há todo um processo para os tentar fazer regressar ao sistema. Contudo, não tem sido fácil chegar a todos.
«Conseguir que estes alunos terminem o 9.º ano ou conseguir que sigam um curso profissional é o que realmente se pretende», acrescenta Teresa Capítulo, reconhecendo que para a maioria destes alunos a escola é um lugar que nada lhes diz.