Sesimbra vai ter pólo de formação profissional
A escola de formação Forpescas, direccionada para cursos profissionais na área da pesca e mar, vai acolher um pólo do Centro de Formação Profissional do Seixal dirigido a actividades de restauração e turismo.
A garantia foi dada pelos Secretários de Estado do Emprego e Formação Profissional, Fernando Medina, e da Educação, Valter Lemos, que anunciaram para antes do Verão o início de cursos profissionais.
Simultaneamente, a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a Câmara Municipal vão constituir um grupo de trabalho encarregue de optimizar as instalações e avançar com cursos profissionais escolares, de equivalência ao 12.º ano, no próximo ano lectivo.
Valter Lemos e Fernando Medina oficializaram as negociações para reaproveitar as instalações da Forpescas com uma visita ao espaço no dia 11 de Abril.
«Esta visita destinou-se a alterar o modelo de funcionamento das instalações para que possam servir melhor a população de Sesimbra», justificou o Secretário de Estado do Emprego.
«A fraca utilização de um espaço com esta qualidade era uma situação completamente anómala», acrescentou.
A escola opera com apenas um curso, frequentado por seis alunos para 10 funcionários.
Para o presidente da Câmara Municipal, Augusto Pólvora, esta queda constante na participação dos cursos propostos remete «por um lado para a falta de interesse na formação oferecida e por outro para a falta de eficácia das propostas».
A inexistência de uma escola de formação profissional no concelho tem custado à autarquia 25 mil euros mensais, para transporte de 140 estudantes para instalações nos concelhos vizinhos, nomeadamente Seixal e Setúbal.
A promoção de novos cursos profissionais não garante a transferência para Sesimbra de todos os alunos, mas a vereadora da Educação, Felícia Costa, acredita que um novo leque de opções poderá fazer regressar muitos destes estudantes.
«Esta nova valência não vai abarcar o conjunto dos cursos frequentados actualmente fora do concelho mas há alguns que os nossos jovens querem preferencialmente e em que este equipamento poderá dar resposta», referiu Felícia Costa.
Questionado sobre o custo que esta transferência de valências comporta para o Estado, Fernando Medina salientou que a operação «até poderá economizar recursos, na medida em que os cursos que existem agora exigem custos pesados de deslocação». A par da criação de um pólo do Centro de Formação do Seixal, o novo programa prevê um articulação com o Ministério da Educação «para que a componente tecnológica dos cursos possa também ser dada nestas instalações e para servirmos melhor a população do concelho», explicou Valter Lemos
Saiba mais
O Forpescas de Sesimbra é a única escola do género que ainda funciona, depois do fim do projecto, no ano passado.
O programa surgiu em 1986, através de um protocolo entre o IEFP e a Escola Profissional de Pescas de Lisboa.
Com sede em Lisboa, o organismo repartiu-se por quatro Direcções Regionais – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Sul –, que por sua vez se desdobraram em oito Unidades Operacionais. Sesimbra, Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Matosinhos, Ílhavo, Figueira da Foz, Peniche e Olhão foram os locais escolhidos para ministrar cursos de mestrança, marinhagem e máquinas marítimas, segurança básica, construção naval, transformação do pescado e aquicultura.