Turismo e Ambiente em debate
Na cerimónia de abertura, Henrique Cabral, do Centro de Ocea-nografia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, enalteceu a parceria entre a Câmara Municipal e o Centro, que tem permitido uma série de projectos e actividades ao longo dos últimos anos.
O professor realçou o interesse do encontro, que visa ligar duas áreas disciplinares determinantes na promoção do concelho. «O turismo como pilar estratégico da economia e com uma relevância crescente, e a investigação científica que no domínio de várias áreas trazem factores e evidências de preocupação sobre os riscos que podem decorrer entre a actividade turística e a salvaguarda do património natural», referiu.
Augusto Pólvora, presidente da Câmara Municipal, destacou também a importância da iniciativa «como parte fundamental da promoção turística do concelho» e agradeceu a escolha de Sesimbra, pelo Centro de Oceanografia, para acolher uma conferência que «permita esclarecer que não existe qualquer incompatibilidade entre turismo e ambiente, mas antes uma evidente complementaridade».
Tal como reforçou Paulo Silva, arquitecto, no primeiro painel, é possível criar «modelos mais adequados à construção tendo em conta a área envolvente». Na sua comunicação, intitulada Mata de Sesimbra e Sustentabilidade – One Planet Living Pioneer Project, o representante da Greenwoods, empresa responsável pelo projecto da Mata de Sesimbra Sul, referiu que o empreendimento turístico é «assente numa estratégia de sustentabilidade» que contempla uma «adequada acção paisagística».
O percurso do projecto, os modelos possíveis para o espaço e as formas de ser organizado o empreendimento em área construída, foram outras questões abordadas pelo arquitecto, que no final lembrou aos presentes que «a questão ambiental relacionada com o projecto tem em conta metodologias aceites em todo o mundo, como a pegada ecológica».
É na Mata de Sesimbra que se situa a Herdade da Mesquita, onde terrenos de extracção de areias e argilas foram aproveitados para fins agroflorestrais e turísticos. Para Diogo Caupers, engenheiro, este espaço é um exemplo de como é possível «explorar um recurso natural de forma sustentável». Durante a sua intervenção, o congressista realçou a importância do Plano de Gestão Ambiental aprovado pela autarquia que «veio permitir um plano de recuperação para a zona».
Com a plantação de espécies autóctones e a criação de pontos de água, a Herdade da Mesquita transformou-se numa zona rica em biodiversidade, com a presença de diversas espécies animais e vegetais. As imagens das zonas reconvertidas e recuperadas e os registos fotográficos, datados de 1920, ilustraram a situação actual da área tida como «uma mais-valia ambiental e económica para o concelho, com enorme potencial para o turismo de natureza».
Felícia Costa, vereadora do Pelouro do Turismo, esclareceu que é nesta dinâmica que a Câmara Municipal tem actuado nos últimos anos. Destacando o Plano Estratégico do Turismo, evidenciou os vectores estratégicos e actividades adoptadas pela autarquia na promoção de Sesimbra, sem esquecer as parcerias desenvolvidas com os operadores turísticos. Reafirmando a importância do turismo como actividade económica do futuro, a vereadora finalizou a sua intervenção ambicionando que «o congresso permita reflexões e troca de experiências que tornem as questões do turismo e do ambiente mais harmoniosas».