Vigília pelo reforço da saúde junto ao Hospital de Setúbal

Autarcas, profissionais de saúde e dezenas de utentes do Serviço Nacional de Saúde marcaram presença numa vigília de protesto junto ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal, na noite de 17 de novembro, contra as condições atuais de acesso aos cuidados de saúde.
Na iniciativa, à qual se juntou o Bispo de Setúbal, Américo Aguiar, presidentes das Câmaras Municipal de Sesimbra, Palmela e Setúbal, Francisco Jesus, Álvaro Amaro e André Martins, respetivamente, reforçaram as suas preocupações com a falta de respostas do SNS às necessidades das populações, agravadas com o encerramento temporário das maternidades e urgências de obstetrícia, e com a falta de médicos de família.
«Esta vigília assinala mais de um ano em que fomos recebidos com algumas promessas. E mais de um ano depois a situação está pior do que quando estivemos à porta do Ministério da Saúde. O que temos assistido é que mesmo nos períodos em que as urgências deviam estar abertas, são inúmeras as ocasiões em que não têm condições para receber mais utentes. E se não fossem os profissionais de saúde a garantir aquilo que o Ministério não está a dar, a situação estaria ainda pior. Por isso não temos medo de estar aqui ao lado das nossas populações a lutar por melhores condições de saúde. Esta é também a nossa função, porque queremos mais saúde, mais respostas, melhores condições e melhores rendimentos para os profissionais de saúde», afirmou Francisco Jesus.
O autarca disse ainda que «não podem acusar os autarcas dos três concelhos de não porem o interesse coletivo das populações em primeiro lugar, porque estamos lá muitas vezes para os substituirmos às responsabilidades do Governo e construir os equipamentos que são da sua competência», disse, referindo-se à construção de Centros de Saúde.
A este propósito, reforçou que «não bastam as paredes que construímos, sempre substituindo-nos àquilo que são as responsabilidades do Governo, muitas vezes prejudicando o exercício das nossas responsabilidades nas respostas às populações, porque, a cada cêntimo que é gasto na resposta que é preciso dar na construção de equipamentos da responsabilidade do Governo, sejam escolas, centros de saúde ou postos da GNR, é menos um cêntimo, euro ou milhar que são gastos naquilo que é da responsabilidade das Câmaras Municipais. Por isso estamos cá para dizer ao Governo: façam a sua responsabilidade», concluiu.
Na vigília marcou também presença a presidente da Junta de Freguesia do Castelo, Maria Gomes. «Esta adesão mostra bem a nossa insatisfação. Estamos todos juntos e não nos podemos calar perante a situação que estamos a viver ao nível da saúde», disse.
Para além dos autarcas, que sublinharam as ações dinamizadas pelos municípios e os alertas que têm feito junto do Governo, face aos problemas que afetam o setor da saúde nos três municípios, intervieram ainda médicos, enfermeiros, o Bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, e representantes de ordens profissionais e sindicais.
A noite foi ainda preenchida com momentos musicais com a atuação de A Garota Não e Sérgio Miendes, Rui David, Tio Rex e Celina da Piedade, e projeção de um vídeo do conhecido cantor Toy, natural de Setúbal, que se associou ao protesto.
Criado em 2021, o Fórum Intermunicipal da Saúde é uma plataforma de debate sobre questões da saúde no território dos três municípios, que exige respostas para os problemas nesta área fundamental na vida das populações.

