Les Elements
Os elementos: água, ar, as suas tempestades e algumas festas aquáticas
Haendel, Telemann e Rebel
Sendo este o primeiro concerto da primeira edição do Ciclo de Música Antiga de Sesimbra, vila com grande proximidade à água e ao mar, elaborou-se um programa que conseguisse evocar a proximidade da música à água, à natureza e a todos os seus outros elementos.
A escolha recaiu num programa composto por três suites orquestrais, género musical que até à primeira metade do século XVIII tinha como função essencial o entretenimento do público, sendo o seu nível artístico determinado pelas regras da etiqueta e gosto das classes dominantes. Em França as suites eram quase sempre associadas a uma coreografia, enquanto na Alemanha eram principalmente executadas em forma de concerto, cujo carácter coreográfico seria praticamente inexistente, assumindo assim uma função mais próxima de um concerto público. É neste último tipo de suite que podemos enquadrar não só a suite de Haendel, mas também Wassermusik de Telemann, duas das obras que nos serão dadas a ouvir neste concerto pelo ensemble La Paix du Parnasse.
Le Paix du Parnasse
Álvaro Pinto (violino), Irene Martinez Sevilla (violino), Nuno Mendes (violino), Pedro Lopes (violino), Koos Vergage (violino), Sergio Suárez Rodrigues (violino), Raquel Cravino (violino), Zofia Pajak (violino), Juan Mesena (viola d´arco), Isabel Martin (viola d´arco), Débora Bessa (flauta), Katherine Rawdon (flauta), Pepa Megina (oboé), Román Enrique Álvarez Mayor (oboé), Anita Rosman (fagote), Catherine Strinckx (violoncelo), Javier Aguirre (violoncelo) e Jenny Silvestre (cravo).
Direção Musical: António Carrilho
Nota biográfica
La Paix du Parnasse
Grupo especializado no repertório dos séculos XVI, XVII e XVIII que procura mostrar todas as possibilidades dos instrumentos que integram o ensemble, através duma riquíssima mistura de timbres, transmitindo a essência da música. Os afetos e expressividade inerentes à música são uma qualidade de primordial importância para o ensemble. É dirigido por António Carrilho e por Javier Aguirre.
Alunos e profissionais recorrem às Masterclasses do ensemble para aprofundar e solidificar conhecimentos ou, simplesmente, trabalhar interpretação. O grupo ministrou cursos nas Universidades de Gijón e Astúrias, assim como nas edições de Masterclass em Arija. Ministram na Escuela Superior de Música de Extremadura.
Membro fundador da Asociación G.E.M.A. (Grupos Españoles de Música Antigua), o grupo apresenta-se regularmente em concerto nas mais conceituadas salas e temporadas musicais em Espanha e em Portugal. Em 2017 levou ao Centro Cultural de Belém, com enorme sucesso, a integral da Arte da Fuga de J. S. Bach, numa leitura em octeto de sopros e cordas, assim como, em 2018, num programa dedicado ao sobrenatural 666, La casa del Diavolo, no festival Dias da Música, aclamado pelo público e pela imprensa.
«O concerto setecentista a que pude assistir, intitulado 666, La Casa del Diavolo, foi realmente diabólico na dificuldade da tarefa a que se acometeu António Carrilho, (...) acabou por fazer o impossível, forçando a sua flauta de bisel a gritar notas dela nunca ouvidas, e compensando com bravura (…), programa foi completado por peças judiciosamente escolhidas, em particular a Danse des Furies de Glück, e a Sinfonia n.º 6 de Boccherini, relacionadas pelo topos barroco da tempestuosidade, tocadas com competência pelo agrupamento La Paix du Parnasse, baseado em Espanha»
in Ípsilon/Público por Manuel Pedro Ferreira.
Igualmente em 2018 apresentou-se em concerto na Igreja Matriz de Vila Nova de Famalicão com o Stabat Mater de Pergolesi com as solistas Carla Caramujo (soprano) e Cátia Moreso (mezzo-soprano) e ainda na Igreja do Colégio de Ponta Delgada em parceria com o coro Grupo Johann Sebastian Bach, com cantatas de J.S. Bach e C.P.E. Bach.
Em 2019 obteve um estrondoso sucesso com a ópera The Fairy Queen de Henry Purcell no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém. Contou com os solistas Ana Quintans, Claire Debono, Carlo Vìstoli, Marcel Beekman e André Henriques. A imprensa esteve presente: «O grupo La Paix du Parnasse, que esteve no passado domingo à tarde no CCB, (...) o efeito de magia é inesquecível, (...) se aplica aos músicos do Paix du Parnasse, sob a direção musical de António Carrilho. Também aí não faltou vitalidade nem colorido, com opções felizes, por exemplo, na colocação de instrumentos em palco. Será um cliché, mas podemos dizer que o concerto foi uma festa dentro da festa dos Dias da Música».
in Visão/Luís M. Faria
António Carrilho
«...um dos músicos mais versáteis e talentosos do nosso país como do mundo da música erudita a nível global…»
«A sua destreza impressiona ainda mais pelo facto de se evidenciar também no repertório de outras eras, incluindo a da música contemporânea, demonstrando conhecer as particularidades que distinguem mundos musicais bem diversos.»
«É também notável o à vontade por si demonstrado em cadenzas e improvisos que desafiam a criatividade e a espontaneidade só ao alcance dos melhores.»
«…não há dúvida de que temos em si um dos grandes vultos da interpretação musical do nosso tempo, e só espero que o saibamos merecer tanto em Portugal como no resto do mundo…»
João Almeida, Director da Radio Difusão Portuguesa
Concertista, criador conceptual de conteúdos, professor em Masterclass e director musical, António Carrilho divide a sua atividade musical entre a flauta de bisel e a direcção, abrangendo um repertório que vai desde o Trecento italiano até à música mais recente dos nossos dias sem deixar no entanto de interpretar e transcrever a música do século XIX.
Foi solista com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orchestrutopica, Den Norsk Katedralenensemblet (Noruega), Sinfonietta de Lisboa, Divino Sospiro, Os Músicos do Tejo, Orquestra Barroca de Haifa (Israel), Orquestra Sinfónica da Póvoa de Varzim, Orquestra Barroca de Nagoya (Japão), Orquestra de Cascais e Oeiras, Concerto Balabile (Holanda), Orquestra de Câmara da Madeira, Orquestra Barroca do Amazonas (Brasil) e premiado nos Concursos Internacionais Recorder Moeck Solo Competition (Inglaterra) e Recorder Solo Competiton of Haifa (Israel).
É director musical e solista de La Paix du Parnasse, membro da Associação Grupos Españoles de Música Antigua, faz parte dos agrupamentos Syrinx:XXII (membro da Associação “Chamber Music America”, Syrinxello; Ensemble Barroco de Lisboa; Borealis Ensemble; Os Músicos do Tejo e é director musical de Melleo Harmonia Antigua, apresentando-se em importantes festivais na Europa, América, Oceânia e Ásia.
Gravou para as etiquetas Encherialis, Numérica, Naxos; Secretaria de Estado de Cultura do Estado do Amazonas; DGartes/ MPMP; Portugaler; Dialogos; Arte France/ RTP. Destacam-se as gravações do concerto para flauta e orquestra de Nuno da Rocha, a gravação da Suite concertante para flauta e cordas de Sérgio Azevedo, assim como a gravação da obra integral de Bartolomeu de Selma y Salaverde com o agrupamento japonês Antonello.
Dirigiu Dido and Aeneas e The Fairy Queen de Purcell, La Descente d’Órphée aux Enfers”de Charpentier, La Serva Padrona de Pergolesi, La Dirindina de Scarlatti, Don Quijotte chez la Duchese de Boismortier, Orfeu de Monteverdi, Venus and Adonis de John Blow, Arlechinatta de Salieri, Orfeo & Eurydice de Gluck, Cantatas de Bach e Telemann, assim como obras de Tchaikovsky, Holst, Mendelssohn, Mozart, Sibelius, Nielsen, Piazzolla, Stockhausen…
Ministra Masterclasses nos Cursos Internacionais de Música Antiga de Urbino em Itália; Lisbon's Masterclass e nos Cursos Internacionais de Música da Casa de Mateus (também com o cargo de director pedagógico) em Portugal, tendo orientado cursos e estágios em países como Portugal, Austrália, Holanda, Espanha, Alemanha, Itália, Índia, Japão e Brasil.
É professor adjunto na ESART - Escola Superior de Artes Aplicadas -, leccionando Flauta de Bisel e Música de Câmara (coordenador da disciplina). É igualmente professor na Escuela Superior de Música de Extremadura, em Espanha.
É licenciado e mestre pelo Conservatório Real de Haia (Países Baixos). António Carrilho detém uma especialização em flauta de bisel e em música de câmara pelos Institutos Politécnicos de Lisboa, do Porto e de Castelo Branco, tal como é formador na área artística. Estuda direcção de orquestra com Jean Marc Burfin.
Sábado, 17h
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